Estive quase para deixar-vos apenas com uma foto e não escrever nada hoje.
Mas depois lembrei-me:
Era uma vez um homem que tinha uma história, mas não conseguia contá-la.
Já tinha tentado de várias maneiras, mas sempre que se esforçava por dizer ou escrever as palavras que a compunham, elas recusavam-se a sair da sua cabeça.
O homem que tinha uma história ficava horas sentado em frente ao ecrã do computador ou de lápis apoiado no caderno aberto sem conseguir escrever uma única palavra. Ao fim de alguns minutos a olhar para o cursor a piscar ou para o vácuo infinito de uma folha em branco, os seus olhos deixavam de focar e a sua mente ficava igualmente vazia.
- És feliz? - Perguntou um amigo a quem o homem tinha explicado o seu problema.
- Feliz? Sim, acho que sou. Porquê?
- Então? Nunca ouviste dizer que as pessoas felizes não têm histórias para contar? Se calhar o que precisas é de ser um bocadinho triste. Sabes, essa coisa da felicidade é muito sobrevalorizada.
- Bom, a verdade é que já me afeiçoei bastante à minha... - Respondeu o homem com alguma hesitação - Além disso, o problema é que eu tenho mesmo uma história para contar. Só que ela não sai cá para fora. É como se tivesse uma vozinha na minha cabeça a dizer "Nã, nã. Daqui não saio, daqui ninguém me tira".
- Hm... Então o caso é bicudo... Já experimentaste falar com ela?
- Com quem?
- Com a história.
- Falar com a hist...
- Exacto. Se tens vozes na cabeça, parece-me que o melhor é dialogares com elas. "Tudo é possível através do diálogo", já dizia a minha avó.
A ideia parecia absurda, mas que escolha tinha o homem que tinha uma história? Umas horas mais tarde, quando chegou a casa, sentou-se no sofá da sala durante um bocadinho e esperou um pouco até ganhar coragem para falar com a sua própria cabeça.
- Er... História? - Perguntou ao vazio entre paredes - Estás aí?
- Estou, estou. 'Qué que queres, pá? - Respondeu uma voz vinda de lado nenhum.
- Ah! Xiça!... - Gritou o homem, assustado por uma resposta que não esperava ouvir - Desta não estava à espera...
- Sim, sim. Vá, desembucha lá. Qué que foi?
- Bom... er... sabes... bem, queria... queria perguntar-te porque é que não te deixas ser contada.
- Oh. Porque não me apetece. Sei lá.... Olha, porque preferia ser um épico! Preferia ser um livro de quinhentas páginas, com batalhas espectaculares, um romance escaldante, actos imensamente heróicos e mortes trágicas capazes de fazer chorar o Darth Vader ou a Angela Merkel.
- Mas assim deixavas de ser tu. Se eu escrever um épico, já não te escrevo a ti.
- Pois, está bem. Mas porque é que não escreves como o Tolstoi? Ou o Tolkien? Ou até como a Marion Zimmer Bradley?
- Mais uma vez, porque se o fizesse já não estaria a escrever-te a ti. E agora não quero escrever outra história. Vá lá, há tantas histórias curtas maravilhosas. Olha, os "Contos dos Subúrbios" do Shaun Tan, por exemplo. Há poucas coisas melhores do que aquilo.
- Prontos, tá bem. Tens razão. Estava só a sentir-me um bocadinho insegura. Vamos lá então.
Depois desta conversa, o homem que tinha uma história para contar sentou-se à secretária e contou a história que tinha para contar. Era uma história pequena, com pouco menos de duas páginas, mas o homem que tinha contado uma história estava contente.
Muitas pessoas leram o que ele escreveu. Umas gostaram, outras nem por isso. Mas, para as pessoas que gostaram, a extensão diminuta da história era perfeita, porque assim era mais fácil contá-la a outras pessoas que por sua vez contavam a outras. E a outras. E a outras.
Vários anos mais tarde, um velhinho sentou-se nas escadas do jardim (como fazia todos os dias) para contar uma história aos miúdos que por lá passavam. Desta vez, escolheu uma história chamada "O homem que tinha uma história, mas não conseguia contá-la".

quinta-feira, 26 de julho de 2012
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Rabiscos ao calhas, #15
Há já muito tempo que não publicava "Rabiscos ao Calhas" aqui no blogue (o último foi em Dezembro do ano passado). Algo que se deve ao facto de não desenhar há já muito tempo.
Este saiu-me dos dedos enquanto assistia a um episódio de uma série de ficção-cientifica. O desenho não tem nada a ver com a série, mas parece-me que tem a ver com a história "O homem de metal e a mulher numa caixa de vidro" que publiquei aqui em Junho. Escrevo "parece" porque o desenho foi aparecendo no papel sem que eu lhe desse muita atenção.
Pensando bem nisso, acho que a grande maioria dos meus desenhos foram feitos quando estava distraído com outra coisa qualquer. Se calhar é esse o segredo para voltar a desenhar: não pensar muito no assunto e só desenhar quando estou distraído.
Este saiu-me dos dedos enquanto assistia a um episódio de uma série de ficção-cientifica. O desenho não tem nada a ver com a série, mas parece-me que tem a ver com a história "O homem de metal e a mulher numa caixa de vidro" que publiquei aqui em Junho. Escrevo "parece" porque o desenho foi aparecendo no papel sem que eu lhe desse muita atenção.
Pensando bem nisso, acho que a grande maioria dos meus desenhos foram feitos quando estava distraído com outra coisa qualquer. Se calhar é esse o segredo para voltar a desenhar: não pensar muito no assunto e só desenhar quando estou distraído.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
O jardim secreto do Sr. Jacinto
O Sr. Jacinto era um homem triste e cinzento que vivia numa cidade triste e cinzenta.
Há já muitos anos que o último jardim daquela capital tinha sido destruído para dar espaço a um enorme centro comercial para o qual a população afluiu como formigas à caça de migalhas de bolo no final de uma festa de anos. Porque já não existiam árvores na cidade, este e as restantes centenas de centros comerciais da zona tinham de ser abastecidos com ar fresco importado de outras regiões do mundo. No entanto, diziam os especialistas, era tudo pelo bem da economia.
Para o Sr. Jacinto, nada disto fazia sentido e mantinha em sua casa uma sala repleta de vasos de plantas que tratava com carinho e admiração. Entre as flores, encontravam-se orquídeas, margaridas, celósias, astromeias, cravos e uma enorme estrelícia. Entre as árvores de pequeno porte havia vários bonsai, uma nespereira, uma árvore de pomelo e um limoeiro. No seu pequeno jardim, Jacinto tinha também salsa, manjericão, tomate, cenouras e alface.
A existência do refúgio verdejante não era segredo para os seus vizinhos, mas não era visto com bons olhos:
- Quem acha ele que é? - Questionava o queixoso do rés-do-chão (tão queixoso que só podia viver em pisos térreos porque as escadas não aguentavam tanto queixume) - Andamos nós a trabalhar para o bem da economia e vem este tipo plantar as suas próprias melancias!
- De facto. A conduta indesejável do cavalheiro nosso propínquo é deveras ignóbil. - Respondia o pseudo-intelectual do 3º (tão pseudo que só lia clássicos com mais de 500 páginas e que tivessem sido escritos há mais de 200 anos) - O consumo de produtos produzidos em ambiente privado controlado não é propício ao trânsito quimérico de bens e valores que é imperativo para a prevalência de uma economia salutar. "O dinheiro é o único poder que não se discute", já dizia Alexandre Dumas.
- Err... Pois... Isso. E ainda por cima não faz o dinheiro circular! - Concluía o queixoso.
- Foi isso que eu disse.
- Ah foi?
- Foi.
- Ah.... Prontos.
E voltavam os dois para as suas vidas cinzentas, nos seus apartamentos cinzentos, num prédio cinzento da capital cinzenta.
Certo dia, a informação de que ainda existia um pouco de verde na cidade chegou aos directores de uma qualquer agência governamental de protecção do consumidor. Naturalmente, não tardou muito para que a casa do Sr. Jacinto fosse invadida por uma equipa de intervenção composta por 10 homens totalmente equipados e armados até aos dentes.
Em menos de nada, todas as plantas do Sr. Jacinto tinham voado pela janela da sala "pelo bem da saúde pública e no interesse do combate à economia paralela".
Deixado sozinho no rescaldo da invasão domiciliária, Jacinto olhava embasbacado para a parede onde antes estava a plantação vertical de tomate. Sem que tivessem dado por isso, a equipa de intervenção tinha revelado algo que ele nunca tinha visto antes.
Na parede desnudada estava agora uma pequena janela de caixilho branco.
E do outro lado, um enorme jardim de mil cores estendia-se até perder de vista.
Há já muitos anos que o último jardim daquela capital tinha sido destruído para dar espaço a um enorme centro comercial para o qual a população afluiu como formigas à caça de migalhas de bolo no final de uma festa de anos. Porque já não existiam árvores na cidade, este e as restantes centenas de centros comerciais da zona tinham de ser abastecidos com ar fresco importado de outras regiões do mundo. No entanto, diziam os especialistas, era tudo pelo bem da economia.
Para o Sr. Jacinto, nada disto fazia sentido e mantinha em sua casa uma sala repleta de vasos de plantas que tratava com carinho e admiração. Entre as flores, encontravam-se orquídeas, margaridas, celósias, astromeias, cravos e uma enorme estrelícia. Entre as árvores de pequeno porte havia vários bonsai, uma nespereira, uma árvore de pomelo e um limoeiro. No seu pequeno jardim, Jacinto tinha também salsa, manjericão, tomate, cenouras e alface.
A existência do refúgio verdejante não era segredo para os seus vizinhos, mas não era visto com bons olhos:
- Quem acha ele que é? - Questionava o queixoso do rés-do-chão (tão queixoso que só podia viver em pisos térreos porque as escadas não aguentavam tanto queixume) - Andamos nós a trabalhar para o bem da economia e vem este tipo plantar as suas próprias melancias!
- De facto. A conduta indesejável do cavalheiro nosso propínquo é deveras ignóbil. - Respondia o pseudo-intelectual do 3º (tão pseudo que só lia clássicos com mais de 500 páginas e que tivessem sido escritos há mais de 200 anos) - O consumo de produtos produzidos em ambiente privado controlado não é propício ao trânsito quimérico de bens e valores que é imperativo para a prevalência de uma economia salutar. "O dinheiro é o único poder que não se discute", já dizia Alexandre Dumas.
- Err... Pois... Isso. E ainda por cima não faz o dinheiro circular! - Concluía o queixoso.
- Foi isso que eu disse.
- Ah foi?
- Foi.
- Ah.... Prontos.
E voltavam os dois para as suas vidas cinzentas, nos seus apartamentos cinzentos, num prédio cinzento da capital cinzenta.
Certo dia, a informação de que ainda existia um pouco de verde na cidade chegou aos directores de uma qualquer agência governamental de protecção do consumidor. Naturalmente, não tardou muito para que a casa do Sr. Jacinto fosse invadida por uma equipa de intervenção composta por 10 homens totalmente equipados e armados até aos dentes.
Em menos de nada, todas as plantas do Sr. Jacinto tinham voado pela janela da sala "pelo bem da saúde pública e no interesse do combate à economia paralela".
Deixado sozinho no rescaldo da invasão domiciliária, Jacinto olhava embasbacado para a parede onde antes estava a plantação vertical de tomate. Sem que tivessem dado por isso, a equipa de intervenção tinha revelado algo que ele nunca tinha visto antes.
Na parede desnudada estava agora uma pequena janela de caixilho branco.
E do outro lado, um enorme jardim de mil cores estendia-se até perder de vista.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Frutaria aos quadradinhos
Tirei estas no interior da frutaria perto de minha casa.
Já tinha reparado, quando passei por lá há alguns dias, que o sol projecta no chão as letras coladas no vidro da montra, mas não tinha a máquina comigo. Fiz questão de a ter comigo quando lá voltei para conseguir fotografar o fenómeno e... voilá!
Já tinha reparado, quando passei por lá há alguns dias, que o sol projecta no chão as letras coladas no vidro da montra, mas não tinha a máquina comigo. Fiz questão de a ter comigo quando lá voltei para conseguir fotografar o fenómeno e... voilá!
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Sessão de fotos no Castelo de São Jorge
Hoje vou fazer um pouco de batota e não vou cumprir as minhas próprias regras. Estas fotos foram tiradas há mais de três dias, mas não queria deixar de publicá-las no blogue.
Para isso, fomos para o Castelo de São Jorge à tardinha. Em termos de luz há poucos sítios em Lisboa como o castelo. Num espaço bastante reduzido temos locais com muita luz, locais com sombras, locais com sombra e luz ao mesmo tempo (por causa das árvores), temos cenários variados (cidade ao longe, ameias do castelo, árvores, túneis, escadas, relva, etc., etc., etc.) e, acima de tudo, um ambiente tranquilo, com poucas pessoas e pouco ruído.
Estas imagens são apenas algumas de que gostei mais, mas que muito possivelmente não irão para o DVD.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Como arrancar erva daninha (Manifestação anti-Relvas, 17 de Julho 2012, Lisboa)
Ontem, várias centenas de pessoas reuniram-se em frente à Assembleia da República para exigir a demissão do ministro Miguel Relvas.
Entre ontem e hoje já ouvi vários comentário do género "Bah. Com tanta coisa para se manifestarem, pra qué que se vão manifestar contra aquele tipo?"
Bom, e eu pergunto, "com tanta coisa para se manifestarem, porque é que não se manifestam?".
Os vários casos em que está envolvido o ministro Miguel Relvas são apenas a ponta de um enorme icebergue de corrupção, favoritismos e interesses variados que não servem o bem-estar do povo que o sustenta.
Miguel Relvas até pode não ser a erva daninha mais podre entre os legumes decrépitos instalados na assembleia, mas neste momento é sem dúvida a mais saliente. E agora que está à vista de todos esta é a melhor altura para a arrancar.
Entre ontem e hoje já ouvi vários comentário do género "Bah. Com tanta coisa para se manifestarem, pra qué que se vão manifestar contra aquele tipo?"
Bom, e eu pergunto, "com tanta coisa para se manifestarem, porque é que não se manifestam?".
Os vários casos em que está envolvido o ministro Miguel Relvas são apenas a ponta de um enorme icebergue de corrupção, favoritismos e interesses variados que não servem o bem-estar do povo que o sustenta.
Miguel Relvas até pode não ser a erva daninha mais podre entre os legumes decrépitos instalados na assembleia, mas neste momento é sem dúvida a mais saliente. E agora que está à vista de todos esta é a melhor altura para a arrancar.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Para ver o que está do outro lado
Hoje li que a lua é tóxica. Ou melhor, que o pó lunar é altamente nocivo para os pulmões, pele e olhos.
Os autores do estudo que levou a esta conclusão realçam que só uma investigação levada a cabo no local poderá completar as lacunas no que se sabe sobre a toxicidade da lua. Pessoalmente, tenho receio que esta seja mais uma "desculpa" para que não se volte a explorar o grande satélite nem o espaço além do mesmo.
Há poucos dias atrás tirei estas fotos do reflexo na pintura de uma Renault 4L e, ao olhar para elas, a minha mente foi invadida por imagens de astronautas, cosmonautas e taikonautas a trabalhar numa base lunar. Uma estação espacial a servir de base de lançamento para viagens interplanetárias, com enormes retro-escavadoras a recolher pó lunar para depois o utilizar como combustível...
Parece-me estranho que apenas 8 anos depois do aparecimento da 4L (em 1961), o homem tenha dado os primeiros passos na lua. Ou seja, na mesma altura em que os automóveis mais avançados não passavam de paralelepípedos de metal com quatro rodas, um motor e um volante, uma mão cheia de homens conseguiu alcançar o impossível.
Hoje, por outro lado, com tantos avanços, parece que perdemos a coragem de calçar as botas e de escalar a montanha para ver o que está do outro lado. Em vez disso, enviamos uma sonda, fazemos alguns cálculos no computador, click, click, click, vzzzz, prrrr.... Plim! Temos a resposta.
Hoje as grandes descobertas são feitas por tipos sentados em cadeiras confortáveis.
Tenho saudades da altura em que as grandes descobertas eram feitas por tipos sentados em canoas ou em camelos. Uma época em que três tipos viajavam à lua numa cápsula do tamanho de um VW Carocha projectada para o espaço no topo de um enorme míssil alimentado por várias toneladas de explosivos.
Só para ver o que está do outro lado...
P.S. - No momento em que acabei de escrever este texto, um dente de leão entrou pela janela e poisou na minha mão (a propósito de viajantes). Não tinha a máquina perto de mim, mas aqui fica uma foto tirada com o telemóvel.
Os autores do estudo que levou a esta conclusão realçam que só uma investigação levada a cabo no local poderá completar as lacunas no que se sabe sobre a toxicidade da lua. Pessoalmente, tenho receio que esta seja mais uma "desculpa" para que não se volte a explorar o grande satélite nem o espaço além do mesmo.
Há poucos dias atrás tirei estas fotos do reflexo na pintura de uma Renault 4L e, ao olhar para elas, a minha mente foi invadida por imagens de astronautas, cosmonautas e taikonautas a trabalhar numa base lunar. Uma estação espacial a servir de base de lançamento para viagens interplanetárias, com enormes retro-escavadoras a recolher pó lunar para depois o utilizar como combustível...
Parece-me estranho que apenas 8 anos depois do aparecimento da 4L (em 1961), o homem tenha dado os primeiros passos na lua. Ou seja, na mesma altura em que os automóveis mais avançados não passavam de paralelepípedos de metal com quatro rodas, um motor e um volante, uma mão cheia de homens conseguiu alcançar o impossível.
Hoje, por outro lado, com tantos avanços, parece que perdemos a coragem de calçar as botas e de escalar a montanha para ver o que está do outro lado. Em vez disso, enviamos uma sonda, fazemos alguns cálculos no computador, click, click, click, vzzzz, prrrr.... Plim! Temos a resposta.
Hoje as grandes descobertas são feitas por tipos sentados em cadeiras confortáveis.
Tenho saudades da altura em que as grandes descobertas eram feitas por tipos sentados em canoas ou em camelos. Uma época em que três tipos viajavam à lua numa cápsula do tamanho de um VW Carocha projectada para o espaço no topo de um enorme míssil alimentado por várias toneladas de explosivos.
Só para ver o que está do outro lado...
P.S. - No momento em que acabei de escrever este texto, um dente de leão entrou pela janela e poisou na minha mão (a propósito de viajantes). Não tinha a máquina perto de mim, mas aqui fica uma foto tirada com o telemóvel.
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