segunda-feira, 16 de julho de 2012

Para ver o que está do outro lado

 Hoje li que a lua é tóxica. Ou melhor, que o pó lunar é altamente nocivo para os pulmões, pele e olhos.

Os autores do estudo que levou a esta conclusão realçam que só uma investigação levada a cabo no local poderá completar as lacunas no que se sabe sobre a toxicidade da lua. Pessoalmente, tenho receio que esta seja mais uma "desculpa" para que não se volte a explorar o grande satélite nem o espaço além do mesmo.

Há poucos dias atrás tirei estas fotos do reflexo na pintura de uma Renault 4L e, ao olhar para elas, a minha mente foi invadida por imagens de astronautas, cosmonautas e taikonautas a trabalhar numa base lunar. Uma estação espacial a servir de base de lançamento para viagens interplanetárias, com enormes retro-escavadoras a recolher pó lunar para depois o utilizar como combustível...

Parece-me estranho que apenas 8 anos depois do aparecimento da 4L (em 1961), o homem tenha dado os primeiros passos na lua. Ou seja, na mesma altura em que os automóveis mais avançados não passavam de paralelepípedos de metal com quatro rodas, um motor e um volante, uma mão cheia de homens conseguiu alcançar o impossível.

Hoje, por outro lado, com tantos avanços, parece que perdemos a coragem de calçar as botas e de escalar a montanha para ver o que está do outro lado. Em vez disso, enviamos uma sonda, fazemos alguns cálculos no computador, click, click, click, vzzzz, prrrr.... Plim! Temos a resposta.

Hoje as grandes descobertas são feitas por tipos sentados em cadeiras confortáveis.

Tenho saudades da altura em que as grandes descobertas eram feitas por tipos sentados em canoas ou em camelos. Uma época em que três tipos viajavam à lua numa cápsula do tamanho de um VW Carocha projectada para o espaço no topo de um enorme míssil alimentado por várias toneladas de explosivos.

Só para ver o que está do outro lado...


P.S. - No momento em que acabei de escrever este texto, um dente de leão entrou pela janela e poisou na minha mão (a propósito de viajantes). Não tinha a máquina perto de mim, mas aqui fica uma foto tirada com o telemóvel.


4 comentários:

ana miúda disse...

É requerido um livro de contos com alguma urgência.

Manuel Ruas Moreira disse...

É também requerido um livro de receitas com alguma urgência.

Anónimo disse...

Não gosto nada de ser lamechas mas, relembrares o Casimiro quando o "caçaste" atrás da árvore, foram momentos de magia e agora dares a volta à Lua de 4L...
Um grande abraço. Bem hajas Manel!

Manuel Ruas Moreira disse...

Obrigado "Anónimo".
Às vezes, ser um bocadinho lamechas faz bem ao coração.