quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Carreira 23 para Sejalá Ondefôr

Há muitos tempos atrás, num daqueles tempos em que o Casimiro ainda passeava pelas ruas de Lisboa, a carreira 23 da Carris não ia do Desterro para Algés. Nessa altura, ainda não existiam autocarros, só eléctricos, e o 23 era um veículo especial.

Agora, se pararem à beira do rio num dia de nevoeiro, algures entre Alcântara e Belém, é possível que consigam vislumbrar a antiga paragem do 23 no mesmo local onde antes se apanhava o carro eléctrico para a Aerodoca de Almada. Já quase ninguém se lembra, mas a Aerodoca foi, na altura, o maior centro de transportes do país, com perto de uma centena de partidas de Dragão ou Navio Espacial diariamente.

Esse tempo já se foi.

Com ele, foi-se também o velho 23 e o percurso que fazia, mergulhando no rio rumo a Oeste, passando pelas paragens Subtejo 1 e 2, Travessa do Mergulho e Forte de São Lourenço do Bugio, antes de fazer meia volta para Este, levantar voo e aterrar na estação de Orvalho Flutuante. A partir daí, os passageiros tinham de percorrer algumas dezenas de metros em nuvens especialmente preparadas para poderem então chegar à Aerodoca e partirem para locais tão famosos como as cidades perdidas de Sejalá Ondefôr ou Jálátive Manamelembroondié.



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