sexta-feira, 10 de julho de 2009

Misturar as águas

Ontem em conversa com um irmão, referimos as chamadas "zonas mortas" que estão a aparecer nos oceanos e grandes lagos de todo o mundo em número e dimensão cada vez mais alarmantes.

Para quem não sabe, as zonas mortas são áreas aquáticas com níveis de oxigénio tão reduzidos que a vida marinha é insustentável.

Julga-se que a principal causa para o desenvolvimento destas zonas é o despejo de fertilizantes químicos e esgotos urbanos junto à costa. Estes despejos provocam um aumento de nutrientes químicos na água que, por sua vez, contribuem para o desenvolvimento descontrolado de algas nocivas. Além de produzirem toxinas naturais, quando estas algas morrem, o processo de decomposição consome grandes quantidades de oxigénio, criando "zonas mortas".

Qualquer animal que entre nesta bolha hipoxica, morre sufocado...

Segundo o Anuário GEO, publicado em 2004 pelo Programa Ambiental das Nações Unidas, no ano anterior existiam 146 zonas mortas no mundo. Desde então, o número aumentou para mais de 400, tendo algumas delas vários milhares de Km2. A zona morta do Golfo do México, por exemplo, tem entre 6000 e 8000 m.n.2 (milhas náuticas). (A dimensão desta zona varia todos os anos e várias fontes apresentam números diferentes)

As zonas mortas podem ser recuperadas. A cessação ou redução radical do despejo de fertilizantes químicos já fez com que algumas áreas hipoxicas voltassem a sustentar vida animal.

Mas o mais interessante é que fenómenos naturais que nós consideramos catastróficos, como um tsunami ou um furacão (é o caso do Furacão Dolly), podem ser uma forma do sistema imunitário do planeta lidar com a situação. Ao sacudirem o mar, voltam a inserir oxigénio na água e reduzem a área das zonas mortas por onde passam.

Podem ver mais informação aqui e aqui e aqui. Ou simplesmente fazer uma busca no google. Informação não falta.

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